- Amo-te! – Disse ele entre risos.
Ela que já chorava de tanto rir, parou e olhou para ele com uma expressão séria.
- Amas-me mesmo? De verdade?!
Ele parecia não ouvir, continuava sorrindo, já com lágrimas nos olhos de tanto rir também. Ela não achou grande graça e irritada gritou:
- Responde!
Aí ele parou de rir, e limpando as lágrimas olhou para ela. Sorriu por ver que ela já se estava a irritar.
- Sim, amo-te de verdade. Também me amas tu?
Nesse momento também ele ficou sério. Desprendeu o olhar do chão e olhou-a nos olhos, esperando resposta.
- Amas-me? – Perguntou.
Ela não sabia o que dizer. Ela amava-o, disso tinha ela a certeza! Mas agora amor de verdade? Ela nem sabia o que isso era! Desviou o olhar para os seus sapatos. Tinha calçado naquela manha os seus velhos all stars castanhos, os seus ténis preferidos. Gostava imenso daqueles ténis. Tudo servia para a distrair daquele momento.
E ele apercebeu-se do truque dela.
- Amas-me ou não?
Ela assustou-se. Afinal aquele não era mais em que ela não pensara duas vezes antes de responder. Em que ela não era irracional, espontânea, verdadeira.
Tudo era diferente, tudo era a serio. E ele teve medo de responder. Teve medo da reacção que ele poderia ter.
E já assustada, com algum atrofio, não disse nada. Ela já o tivera magoado muito. Não o queria magoar mais. Não lhe queria dar certezas de algo que não tinha!
Tinha medo, muito medo, de tudo correr mal outra vez, e essencialmente de errar.
Procurou compreensão nos olhos dele, olhando-o com aquele jeito de inocente que só ela sabia fazer.
- Não me olhes assim – disse ele sem desviar o olhar.
- Porquê?
- Porque se não beijo-te
Ela encolheu os ombros.
- Então beija!
E espontaneamente ele beijo-a. Ela deixou-se levar e não fez nada para o impedir, ela não era ninguém para destruir um momento como aquele. Ela sabia lá quando é que eles teriam outra oportunidade como aquela. Sabia lá ela que era a última.
Entregara-se a ele de uma maneira como nunca se tivera entregue a mais ninguém, mas não se importava. Até gostava. Gostava de se sentir dele, completamente dele, só para ele. E também gostava de o ter só para ela. Ele era dela, era dela para sempre. E ai ela teve a certeza que o amava. Que o amava de verdade. Estava a dar de caras e a conhecer pela primeira vez o amor, o amor a serio, ela amava a serio! Estava radiante, orgulhosa daquela sua descoberta. Fui muito feliz naquela tarde. Como nunca tivera tido nos seus já completos 14 anos. Foi dos seus dias mais marcantes, porque finalmente realizara um dos seus maiores desejos. Conhecer o amor, aprender a mar, amar a serio, um amor seriamente puro.
E quem ama uma vez a serio ama para sempre não ama? Que ingénuos. Mas afinal a juventude é isso, é o mais pura e verdadeira ingenuidade que se pensa ter o amor verdadeiro, o amor para sempre. Aquele amor, o primeiro amor! Intensamente sentido – ilusão eterna. Amor, amor, então se aquilo era amor que bom era amar.
Ela sentia-se tão cheia. Tão cheia de amor para lhe dar, o coração palpitava depressa, o nome do seu amado corria-lhe nas veias, a adrenalina do instante e nos lábios a sede de outro beijo.
Ó como ela gostava dele. Como estava apaixonada… como queria poder dizer-lhe, gritar-lhe, sussurrar-lhe, provar-lhe que o amava. Mas mais uma vez não teve coragem e achou que aquele não era o momento certo.
Com medo que ele não percebesse o que lhe ia no interior, deu-lhe a mão com força.
Ele que se dizia também apaixonado por ela percebeu a ternura do gesto. E, levantando-lhe a mão, entrelaçou os seus dedos nos dela devagarinho.
Ela naquele momento sentiu que eles eram um só. Encontrara finalmente a metade que se encaixava, que a preenchia.
“Como gosto de ti” pensou.
Quase que se ouviu a dizer-lhe isso. Mas o medo que sentia, impedia-a de dizer, de falar quase. Pensou que ele a amava independentemente do que ela sentia.
E ficaram imenso tempo a olhar um para o outro sem dizer nada, num silêncio que, sem que eles se apercebessem, disse tudo.
Ela procurou-lhe os olhos. Estavam mais azuis que nunca. Brilhavam. Pareciam sorrir.
- Tens uns olhos bonitos. – Disse ela sem querer.
Não era aquilo que ela queria que ele ouvisse. Ela queria dizer-lhe que o amava! Como se ele não soubesse que tinha uns olhos bonitos!
- Temos de ir, já é tarde – disse ele com um sorriso.
A caminho da saída tudo voltara a ser o que era antes. Com as parvoíces que faziam pareciam uns tolinhos perdidos no recreio da escola. Já choravam de tanto rir, outra vez. Como consequência ficaram os dois encharcados com uma brincadeira parva que envolvia uma garrafa de água.
Chegados ao portão, ficaram sérios de novo.
- Quem ama uma vez a serio ama para sempre, não ama?
- Sim, acho que sim – respondeu ele com um sorriso de orelha à orelha.
Sem aguentar mais, ela abraçou-a com toda a força que tinha, envolvendo os seus bracitos magros do pescoço dele. Inocentemente pensou que haveria um momento melhor para lhe confessar que o amava, ficando feliz por também pensar que se veriam el breve. Que iocente.
- Amo-te muito disse-lhe ele
- Eu também – respondeu ela baixinho.
Talvez ele não tenha ouvido, pois nesse momento virou costas e seguiu caminho sem nunca mais olhar para trás.
Sem que se tivessem apercebido, o amor deles tivera morrido para sempre naquela tarde de Julho. Morrido para sempre. Amor, aquele que acabara tão depressa como começara. Mas foram felizes os dois naquela tarde. Felizes demais. E assim ele partira para sempre sem nunca ter ouvido da boca dela como ela o amava e o ama...
Ela que já chorava de tanto rir, parou e olhou para ele com uma expressão séria.
- Amas-me mesmo? De verdade?!
Ele parecia não ouvir, continuava sorrindo, já com lágrimas nos olhos de tanto rir também. Ela não achou grande graça e irritada gritou:
- Responde!
Aí ele parou de rir, e limpando as lágrimas olhou para ela. Sorriu por ver que ela já se estava a irritar.
- Sim, amo-te de verdade. Também me amas tu?
Nesse momento também ele ficou sério. Desprendeu o olhar do chão e olhou-a nos olhos, esperando resposta.
- Amas-me? – Perguntou.
Ela não sabia o que dizer. Ela amava-o, disso tinha ela a certeza! Mas agora amor de verdade? Ela nem sabia o que isso era! Desviou o olhar para os seus sapatos. Tinha calçado naquela manha os seus velhos all stars castanhos, os seus ténis preferidos. Gostava imenso daqueles ténis. Tudo servia para a distrair daquele momento.
E ele apercebeu-se do truque dela.
- Amas-me ou não?
Ela assustou-se. Afinal aquele não era mais em que ela não pensara duas vezes antes de responder. Em que ela não era irracional, espontânea, verdadeira.
Tudo era diferente, tudo era a serio. E ele teve medo de responder. Teve medo da reacção que ele poderia ter.
E já assustada, com algum atrofio, não disse nada. Ela já o tivera magoado muito. Não o queria magoar mais. Não lhe queria dar certezas de algo que não tinha!
Tinha medo, muito medo, de tudo correr mal outra vez, e essencialmente de errar.
Procurou compreensão nos olhos dele, olhando-o com aquele jeito de inocente que só ela sabia fazer.
- Não me olhes assim – disse ele sem desviar o olhar.
- Porquê?
- Porque se não beijo-te
Ela encolheu os ombros.
- Então beija!
E espontaneamente ele beijo-a. Ela deixou-se levar e não fez nada para o impedir, ela não era ninguém para destruir um momento como aquele. Ela sabia lá quando é que eles teriam outra oportunidade como aquela. Sabia lá ela que era a última.
Entregara-se a ele de uma maneira como nunca se tivera entregue a mais ninguém, mas não se importava. Até gostava. Gostava de se sentir dele, completamente dele, só para ele. E também gostava de o ter só para ela. Ele era dela, era dela para sempre. E ai ela teve a certeza que o amava. Que o amava de verdade. Estava a dar de caras e a conhecer pela primeira vez o amor, o amor a serio, ela amava a serio! Estava radiante, orgulhosa daquela sua descoberta. Fui muito feliz naquela tarde. Como nunca tivera tido nos seus já completos 14 anos. Foi dos seus dias mais marcantes, porque finalmente realizara um dos seus maiores desejos. Conhecer o amor, aprender a mar, amar a serio, um amor seriamente puro.
E quem ama uma vez a serio ama para sempre não ama? Que ingénuos. Mas afinal a juventude é isso, é o mais pura e verdadeira ingenuidade que se pensa ter o amor verdadeiro, o amor para sempre. Aquele amor, o primeiro amor! Intensamente sentido – ilusão eterna. Amor, amor, então se aquilo era amor que bom era amar.
Ela sentia-se tão cheia. Tão cheia de amor para lhe dar, o coração palpitava depressa, o nome do seu amado corria-lhe nas veias, a adrenalina do instante e nos lábios a sede de outro beijo.
Ó como ela gostava dele. Como estava apaixonada… como queria poder dizer-lhe, gritar-lhe, sussurrar-lhe, provar-lhe que o amava. Mas mais uma vez não teve coragem e achou que aquele não era o momento certo.
Com medo que ele não percebesse o que lhe ia no interior, deu-lhe a mão com força.
Ele que se dizia também apaixonado por ela percebeu a ternura do gesto. E, levantando-lhe a mão, entrelaçou os seus dedos nos dela devagarinho.
Ela naquele momento sentiu que eles eram um só. Encontrara finalmente a metade que se encaixava, que a preenchia.
“Como gosto de ti” pensou.
Quase que se ouviu a dizer-lhe isso. Mas o medo que sentia, impedia-a de dizer, de falar quase. Pensou que ele a amava independentemente do que ela sentia.
E ficaram imenso tempo a olhar um para o outro sem dizer nada, num silêncio que, sem que eles se apercebessem, disse tudo.
Ela procurou-lhe os olhos. Estavam mais azuis que nunca. Brilhavam. Pareciam sorrir.
- Tens uns olhos bonitos. – Disse ela sem querer.
Não era aquilo que ela queria que ele ouvisse. Ela queria dizer-lhe que o amava! Como se ele não soubesse que tinha uns olhos bonitos!
- Temos de ir, já é tarde – disse ele com um sorriso.
A caminho da saída tudo voltara a ser o que era antes. Com as parvoíces que faziam pareciam uns tolinhos perdidos no recreio da escola. Já choravam de tanto rir, outra vez. Como consequência ficaram os dois encharcados com uma brincadeira parva que envolvia uma garrafa de água.
Chegados ao portão, ficaram sérios de novo.
- Quem ama uma vez a serio ama para sempre, não ama?
- Sim, acho que sim – respondeu ele com um sorriso de orelha à orelha.
Sem aguentar mais, ela abraçou-a com toda a força que tinha, envolvendo os seus bracitos magros do pescoço dele. Inocentemente pensou que haveria um momento melhor para lhe confessar que o amava, ficando feliz por também pensar que se veriam el breve. Que iocente.
- Amo-te muito disse-lhe ele
- Eu também – respondeu ela baixinho.
Talvez ele não tenha ouvido, pois nesse momento virou costas e seguiu caminho sem nunca mais olhar para trás.
Sem que se tivessem apercebido, o amor deles tivera morrido para sempre naquela tarde de Julho. Morrido para sempre. Amor, aquele que acabara tão depressa como começara. Mas foram felizes os dois naquela tarde. Felizes demais. E assim ele partira para sempre sem nunca ter ouvido da boca dela como ela o amava e o ama...
(e como todas as histórias de amor tem um fim, esta também teve o seu).
não consigo explicar o porquê de ter chorado a ler isto.
ResponderEliminarpercebo tão bem!
mas sabes uma coisa?
ResponderEliminareu sei que vais ultrapassar isto, eu sei.
tu tens força e consegues, acredita que sim!
fazes-me um favor?
pára de guardar coisas que me queres dizer, pára de pensar que és um peso, pára de pensar que me canso deste(açorda) assunto. PÁRA !
li tudo até ao fim, identifico-me, nao por completo, mas identifico-me. já passei por algo semelhante. e ainda hoje guardo um espaço pequeno para essa pessoa.
ResponderEliminare se a vir, quando a vir, sei que vou ficar novamente enamorada. :)
Beijinho*
Meu deus, voces pareciam tao felizes, e impossivel o vosso amor ter desaparecido assim, em segundos :x
ResponderEliminarMas sei que nao te conheço mas se ja aguentas-te até aqui, imagino que tenhas força para aguentar ate ao fim, força para fazeres o que achas certo.
Isto tocou-me no lado esquerdo do peito, juro.
ResponderEliminarolha, sabes o que é que estive a pensar?
ResponderEliminar(o que? dizes tu)
que tudo é para sempre, mas não é para sempre o mesmo. percebes?
dizer qe o texto está lindo é pouco *-*
ResponderEliminarContinua assim :')
Ameiii *.*
ResponderEliminarbolas, vidrei! mudava o julho para junho e os 'amo-te' por 'adoro-te' e dizia que tinha sido eu a viver isto! fantástico!
ResponderEliminarmais uma vidrada..
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