sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Auto-retrato

O que é que eu diria na minha descrição, se algum dia a escrevesse?

Ou de uma maneira mais fácil: o que é que eu acho de mim?

Em primeiro lugar sou uma pessoa normalíssima, igual a todas as outras. Sou banalidade da cabeça aos pés. Não sou diferente, nem especial, nem tenho um talento extraordinário que deixe as pessoas de boca aberta e muito espantadas. À primeira vista? Sou alta. Tenho olhos castanhos e cabelo castanho que ao sol ganha jeitos de ruivo. A beleza é relativa e fica ao vosso critério (mesmo que eu em parte me esteja perfeitamente a “lixar” para o que muita gente pensa de mim). As pessoas têm pontos de vista diferentes, e é muito provável que o que os outros vêem seja perfeitamente diferente daquilo que eu vejo em mim. E blábláblá isto é muito bonito e acaba por aqui.

Onde é que eu ia? (Áh esqueci-me de referir a parte que em determinadas alturas do ano sou quase tão branca como o leite, o que me desagrada imenso porque há momentos em que mais pareço um morto-vivo). Resumindo: Isto é aspecto exterior e o que qualquer pessoa consegue ver se algum dia se decidir a olhar-me da cabeça aos pés. Agora por dentro?

Por dentro lamento dizer-vos mas não tenho definição absoluta. Existem muitos “eus” dentro de mim. Existe o “eu” tipicamente adolescente, parvo, despreocupado e infantil que vocês vêm todos os dias. Sabem, aquele “eu” que não tem problemas a sério a não ser as crises existenciais e os miseráveis problemas de amor. É claro que existem muitos outros eus que não mostro aqui e que provavelmente muitos de vocês nunca irão conhecer. Posso dizer-vos que sou previsível. Fraca e emocionalmente dependente. Não me entrego de imediato às pessoas sem as conhecer bem primeiro e quando gosto, gosto a sério. Tenho a mania da perfeição, não gosto de errar. Gosto de dar ordens. Gosto do Verão. Gosto de viajar. Gosto de abraços. Não gosto de limites. Tenho consciência que quem não me conhece bem, muito provavelmente me achará parvinha, vazia e sem sentido nenhum. Talvez até seja, talvez não passe de só mais uma adolescente que quer chamar a atenção. Sou apaixonada pela vida e tenho uma sede de viver e de conhecer/ver coisas e pessoas novas que nem eu mesma sou capaz de a descrever.

Eu sou a rapariga histérica que grita por rapazes giros, a fútil que só gosta de comprar roupa e gastar dinheiro e sou aquela que não quer saber de rapazes e de roupa para nada e que prefere questionar-se sobre coisas que ainda ninguém lhe soube dar resposta. Sou a criança que brinca despreocupada e sou a adulta que a observa e a censura de longe. Eu sou a rapariga que está nas luzes da ribalta, comunicativa e a chamar a atenção de toda a gente e sou aquela que se encontra escondida, bem longe das luzes, por entre a multidão. Há momentos em que me sinto forte, intocável, imparável e outros em que me sinto fraca, desamparada e sem rumo.

Eu sou as personagens que interpreto nas peças de teatro, sou as letras que escrevo e as palavras que digo. Eu sou o passado, sou o presente e sou o futuro. Sou as minhas ideias, sou o ar que respiro e sou o sangue que me corre nas veias.

Não sei nada sobre a vida nem sei a melhor maneira de vive-la.

Resumindo, sou apenas eu. Não sou perfeita e peço imensa desculpa por isso.

11 comentários:

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