quarta-feira, 1 de abril de 2009

Retrato de um dia perfeito.

Hoje dia um de Abril, mais outro dia de escola, acordei bem-disposta, tive vontade de fazer a cama, vesti-me e gostei de me ver com a roupa que tinha experimentado. Calcei uns ténis novos, tomei o pequeno-almoço na sala com toda a minha família reunida, bem-disposta a contar anedotas, comendo algo saudável. Às oito em ponto, saí de casa, e fui para a escola de bicicleta com a Catarina, já que somos vizinhas. Descemos a rua, passámos pela loja de gomas e fomos buscar a Liane, que nos acompanhou de bicicleta até à escola. Na escola, estacionámos as bicicletas junto a um descapotável, lá dentro estavam três rapazes da nossa idade, que meteram conversa connosco e nos acompanharam até ao portão da escola. Aproximamo-nos do grupo da nossa turma. Cumprimentei todos com um grande beijinho, sentindo-me adorada naquele grupo e levei um grande abraço, que quase me esmagou da Jéssica. Ela quis passar pela sala do 9ºB e lá fomos. Eu, a Jéssica, a Liane, a Catarina e a Inês, que no caminho me deu a mão com força e me disse: “Bom dia melhor amiga!”. Dei-lhe a mão com força e depressa chegámos à sala do 9ºB que ficava ao lado da nossa. Encontramos o André no corredor. Abraçou-me com força e gritou-me: “Bom dia totó!”. Depois, abriu a mala e tirou de lá um guião enorme. Explicou-se dizendo que era uma importante peça, que iríamos representar no teatro de Almada, e que ambos éramos as personagens principais. O meu sorriso ainda mais ficou iluminado. Isto tudo às oito e vinte da manhã. Queria ficar á conversa com ele, mas já estava na hora de entrada. Fomos todos juntos até à sala. À porta da minha sala estavam o Roque e o Gomes. Perguntaram-me (e ao resto do grupo) se não queríamos estar todos juntos no próximo intervalo. Respondemos “claro que sim!” e entrámos para a sala. A primeira aula foi a de Teatro. Foram noventa minutos, com toda a turma. Ensaiamos a nossa peça, e ainda fizemos vários exercícios engraçados. Foi uma aula bastante criativa e muito divertida. Rimos, rimos e rimos. Eu e a Jéssica encaramos a pele de dois “gays”, falando com aquela voz que só eu e ela sabemos. Fizemos rir toda a turma. Depois muitos outros se seguiram. Sentei-me num cantinho com a Sofia e com a Maria. Falámos de rapazes e de sonhos. Cantámos. Toda a turma se juntou de volta de nós. A Joana, a Márcia e o Filipe começaram a tocar guitarra. Ao me canto e ao da Maria, juntaram-se a Inês, a Liane, a Paula e a Teresa. Os rapazes estavam calados a ouvir. Não criticavam, não nos provocavam, não nos mandavam calar. Nada. Cantaram também. Foi um momento mágico. Senti-me sentimentalmente ligada com todos eles. Trocamos risos, abraços, palavras, tudo. Eles estavam tão queridos para nós raparigas. Ajudavam-nos, brincavam, abraçavam-nos. Foi tudo tão mágico. E quando dei por mim já estava no intervalo. Passei-o com o 9ºB. Falei com a Marta e juntas, escrevemos um texto. Bati no Nuno, ri-me (muito) com as piadas secas do André e do Gomes, desabafei com o Roque e ainda tive tempo de dar uma volta na escola com a Inês, com a Márcia e com a Joana (Gouveia). Depois aulas. Almocei no rio sul, com toda a minha turma, apanhámos o autocarro e fomos todos para a Quinta da Fidalga. Tirámos muitas fotos, e gostei de me ver em todas. Rebolei na relva com o Frederico e ele confessou-me que o assunto da “rapariga mistério” está a correr lindamente. Dei uma volta pela Quinta com o Pita. Ele empurrou-me e caí no chafariz. Depois tirei a camisola e vesti um top. Fomos para a escola, momentos depois. Tivemos físico-química. Vestimos as batas e fizemos experiências. O Francisco fez explodir um tubo de ensaio e queimou o cabelo. Foi muito engraçado. O Gameiro entronou a mistura em cima de uma planta e o Filipe F. escondeu-se na arrecadação. A Jéssica e a Joana “atiraram-se” a uns rapazes que conversavam à janela. Eu, a Liane, a Inês, a Márcia, a Maria, a Sofia, a Ana, a Bia, a Alex e a Paula conversámos. Combinámos ir às compras. A Liane dizia que estava a conseguir emagrecer e estava felicíssima, a Inês tinha menos borbulhas usava tops, e orgulhava-se disso. A Márcia tinha um vestido giro, diferente mas muito giro. Era essa a sua marca, ser diferente e ninguém a olhava de lado por isso. A Maria tinha alisado o cabelo por muito tempo e comentava ter ganho uma medalha numa competição internacional. A Sofia não usava colete e ia dançar na festa da escola. A Bia tinha engordado e já morava na quinta da trindade (combinamos, claro, o dia para eu ir a casa dela). A Alex já namorava e a Paula falava pelos cotovelos… Apareceu a Jéssica e gargalhadas não faltaram. Comentámos os “traseiros” dos rapazes e fizemos uma lista de rapazes giros. A Catarina que estava á conversa com o Gameiro e com o Caria juntou-se a nós. As aulas tinham acabado. Como ainda era muito cedo, eu a Liane a Inês e a Catarina fomos ao bar. Apareceu lá a nossa “pipoca” que meteu conversa connosco. Eu e a Inês ficámos na escola à espera da minha mãe, que estava a ter uma reunião. Ficámos lá até às oito da noite. Mas estava muito calor. Ligámos o repuxo e começámos uma verdadeira “guerra”. Às oito fomos para minha casa, ela ia passar a noite comigo. Tínhamos combinado ir dar uma volta pela baia com toda a turma. A Rebeca trouxe o namorado que foi recebido de braços abertos. Eram nove da noite, estava muito calor. Estávamos no parque das ondas, morávamos todos muito perto uns dos outros. Fomos até à feira do seixal. Andámos em tudo, comemos algodão doce e pipocas. O mais giro era que a feira estava deserta e nós éramos as únicas pessoas lá. Alguém teve a ideia de apanhar o autocarro e ir até à praia. A maioria concordou. Alguns ficaram para trás. Éramos independentes dos nossos pais. Chegamos à praia e corremos para a areia. Estava uma noite espectacular. Ninguém tinha biquíni ou fato de banho. Os rapazes tiraram as calças e as camisas e saltaram para a água. Chamavam-nos e diziam-nos para não termos vergonha de mostrar a “roupa interior”. E nós aceitámos. A água estava quente. E foi naquela água azul escura, quase transparente, que reflectia a Lua cheia, que brilhava docemente no céu que passei quase toda a minha noite. Escrevi à beira mar. Fugi das ondas. Dei cambalhotas na água. Empoleirei-me às cavalitas do Benny e do Gameiro e saltei para a água dando um grande chapão. Explorei as rochas. Rebolei na areia. Construi castelos. Olhei para as estrelas. Sofri um “moche” de todos eles. Dei uma volta pela praia. Comi um gelado. Joguei às escondidas. Cansei-me e deitei-me na areia. Estávamos todos cansados. Aninhamo-nos uns nos outros e muitos acabaram por adormecer. Íamos dormir ali. Na areia molhada. Despedimo-nos uns dos outros com palavras doces como “dorme bem” “sonha comigo” “até amanhã melhor amigo”. Deram-me um beijinho na testa e adormeci. Hoje acordei com o barulho das ondas a baterem nas rochas e com o assobio das gaivotas. Abri os olhos, e vejo-vos a meu lado, dormindo. Tinha sido tudo verdade. O dia de ontem tinha existido e eu tinha-o vivido. Não tinha sido um sonho! Era bom não era?

3 comentários:

  1. S foxe bastant mais rebelde kom a parte d serem independentes dos foxox pais parecia k tava a ler uma aventura dos Guns, no livro do Slash xD...
    Ta mt bonito... bgd por m incluires na historia da tua vida... e no teu dia perfeito +.+ Adr.t

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  2. 'Dei uma volta pela Quinta com o Pita. Ele empurrou-me e caí no chafariz. Depois tirei a camisola'
    OMG, o que aconteceu nesse sitio.. E ainda mais, com PITA :O

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  3. Se calhar não vais ler isto, mas: adorei ler este post.

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