Bases

Olha à tua volta… Amigos? Um, dois, três, quatro, cinco… Parecem nunca mais acabar. É bom não é? Estarmos rodeados de pessoas que a toda à hora dizem que nos amam. Que escrevem dedicatórias e poemas a pensar em nós. Que nos abraçam, que nos beijam e nos fazem promessas, promessas as quais tencionam cumprir. É bom sorrir em simultâneo, trocar olhares e dar as mãos. Mas acontece que isso é apenas um terço da amizade, e esta é demasiado complexa e condensada para se referir em simples palavras. Num Mundo em que sonhava viver rodeada deles, apercebi-me que afinal, os amigos são escassos. Podemos gostar de alguém, mas isso não implica que o possamos considerar de amigo. Hoje em dia, amigo é aquela pessoa que pode estar lá sempre. Não censuro os meus amigos se algum dia não poderem estar, porque eu também já faltei e decerto também poderei não estar um dia. Mas mesmo assim, há sempre aqueles que resistem, são poucos mas ficam e esses, esses são os verdadeiros. Aí está a diferença. O ciclo resume-se a: conhecido, amigo e verdadeiro amigo. Hoje, qualquer um pode ser nosso melhor amigo, porque temos tanta necessidade de os ter, de nos gabarmos de ouvir um simples “amo te” e sentirmo-nos gente por isso, que fechamos os olhos e nos entregamos por completo à pessoa, sem a conhecermos bem. E quando o fazemos ficamos chocados ao descobrir que afinal essa pessoa não era assim tão verdadeira, que nos critica nas costas e não é perfeita tal como tínhamos idealizado. É assim que querem descobrir a amizade? A amizade não é eterna, os “para sempre” vêm e vão e nós ficamos simplesmente quietos a ultrapassar a sua passagem. Os amigos ficam meses, talvez anos o que nós interpretamos como a eternidade. São as despedidas que nos fazem crescer, por mais que doa. São estas as minhas bases, essas construía-as convosco a meu lado. Mas hoje vou-me focar em vocês, o meu “para sempre” e fingir que o amanhã é uma realidade distante.