Coiso

Quer queiramos quer não, vivemos grande parte da nossa vida iludidos com quase tudo.
Desde muito cedo que somos iludidos com o Mundo. Iludidos com a realidade. Iludidos nas relações. Iludidos com nós próprios. Mas sem dúvida alguma que a nossa maior ilusão é o facto de acreditarmos que certas e determinadas coisas poderão durar para sempre. Como os amigos. Não me perguntem porque, mas tenho a leve certeza que no fundo, ao fazermos promessas do tipo “fico contigo para sempre” sabemos que não estamos a ser absolutamente sinceros e essencialmente sabemos que esse para sempre nunca chegará. Porque, o para sempre existe? As pessoas não gostam umas das outras para sempre. Não esperam para sempre. Não vivem no mesmo sitio para sempre. As pessoas não vivem para sempre. Logo, a partir dos factos e do pensamento lógico é de esperar que o para sempre não exista. Mas mesmo assim, temos sempre aquela necessidade de contrariar o que é óbvio. De contrariar os factos e a realidade. Quer queiram quer não, temos medo. Medo de ficar sozinhos. Medo da escuridão. Medo do que é demasiado real. E é por isso que às vezes gostamos de pensar que temos poder suficiente para fazer frente a certas leis da física e afirmar para com o mundo como somos capazes de o fazer. Temos necessidade em fugir à realidade e entrar num mundo a fingir, onde somos felizes a fingir, pensando que o Mundo será assim para sempre e que as pessoas de agora ficarão connosco até morrermos. É absurdo. Mas não existe mal nenhum em faze-lo, em acredita-lo mesmo que no fim de contas ele não exista. Sabem, é aquela cena. Aquela cena de aproveitar o que agora se vive, sem ter a preocupação do que poderá ou não acontecer num futuro bem distante.
É por isso que eu hoje prometo que ficarei convosco para sempre, e estou-me bem a foder para o amanha e que o para sempre não exista!